sábado, 3 de dezembro de 2011

Sometimes I think it was only a solid dream or maybe I have the dreamer's disease!





Hoje perguntei por ti!

Queria tanto encontrar-te que nem pensei se ainda por cá estarias...

A verdade é que começo a ficar totalmente desacreditada....

Vou continuar pacientemente à espera...

Se não vencer pelo resultado,

Certamente vencerei pelo esforço!

E aí...

Aí sim... terei o meu próprio estado epifânico de puro egoísmo!





Não achas que mereço?

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Nunca saberás amar enquanto não te sentires verdadeiramente amado!

Hoje era um dia como outro qualquer!

As mesmas rotinas, os mesmos locais e as mesmas pessoas. A diferença é que hoje, contrariamente aos outros dias, o coração dela estava aberto, indefeso e necessitado de novas emoções...

Neste dia, que nada tinha de diferente dos outros, ela olhou para o pai e para a mãe e sentiu-se feliz por saber que hoje ainda era o dia, de todos os dias, que ela se sentia agradecida e sabia reconhecer a alegria de ter aquelas presenças bem pertinho de si...

Sentiu o perfume do pai como uma recordação de tempos idos e desejou por momentos que essa realidade estivesse longe, bem longe de si...

Desejava no seu íntimo acreditar que a presença do pai seria vitalícia, que aos seus 60 anos se somariam 60 e daí mais 60 e mais 60 como se a vida não fosse um limbo e ela soubesse que nunca o iria perder.


Depois olhou para a mãe que a abraçou com o carinho de uma mãe que recebe o seu bébé no colo e o aquece com mimos e palavras de amor. Afectos que reconhecia naquela pessoa que tão bem lhos ensinou.


Ela sonhou poder eternizar esse dia...

Desejou o colinho da mãe para sempre e sonhava ser recebida todos os dias da mesma forma que era recebida naquele dia tão especial para ela...

Hoje era um dia como outro qualquer...

Ela apenas estava com vontade de dizer às pessoas da sua vida que as amava, que as amava muito e que sabia reconhecer a todas as horas, minutos e segundos a importância dessas pessoas e desses instantes na sua vida...

Ela hoje, neste dia, um dia como outro qualquer disse, àquelas pessoas, as pessoas da sua vida que as amava que as amava muito e que em vida, ou depois dela, esse sentimento nunca mudaria… O longe se faria sempre perto e os abraços ternos e calorosos nunca seriam esquecidos…


Disse-lhes que os amava com as lágrimas nos olhos e o coração apertadinho sentindo já a saudade que se sente naqueles dias em que a sua recordação é apenas o que resta …


Dizer Amo-te é reconfortante, terapêutico, faz bem à alma faz-nos sentir a vida tal qual como ela é, demasiado curta para adiar tudo para o dia seguinte e demasiado longa para nos dar tempo para estes pequenos gestos e palavras.

Tu já disseste Amo-te a alguém hoje?

sábado, 8 de outubro de 2011

Queria eu um dia ser grande...

Ser maior nas palavras, nos gestos e nos afectos...

Ah sim... Queria ser grande...

Eternizar a vontade que tenho de colorir o meu mundo preto e branco... Queria arrancar numa viagem sem medos e sem paragens... Com destinos traçados e rotas calculadas...
E viver...

Viver essa mesma viagem com as pessoas que sempre amei e que incondicionalmente continuo a amar...

Ah sim...

Queria eu um dia ter a capacidade de começar a ser eu...

Eu em dó maior... sem paralisias e sem monocordismos... Sem esta estranha apatia que como uma doença se entranhou no meu corpo, me amortizou os sentidos, me acalmou as vontades e me fez parar o comboio... O meu comboio...

O meu comboio parou a meio ainda do seu caminho...

Queria eu ser grande e efémera, num passo de vida só, não calculando eu a infinidade de passos que ainda teria de dar para talvez um dia ter a oportunidade de caminhar em serenidade com as intranquilidades da vida...

Sabia lá eu um dia o que me reservaria a vida quando na inocência da minha juventude o meu mundo deu uma viravolta de 180º e quase me levou uma das pessoas da minha vida... Nem por um segundo pestanejei perante a luta e nem por um momento olhei para o lado numa ânsia de quantificar as minhas cedências, as minhas perdas (importantes, também, para um crescimento sustentado).

Não sabia eu que cedo viria o dia em que apertariam o meu coração de tal forma que me acordaria os sentidos e me despertaria as vontades para uma diferente forma de ver a vida...

Ninguém me disse o que era o mais correcto... Ninguém me disse o valor que teria um dia, um abraço, um carinho, um afecto, uma saudade, uma pessoa... Ninguém me ensinou a rezar mas, eu rezava e pedia...chorava e pedia... caía e levantava-me ... chorava e sorria... chorava novamente... Chorava um pouco mais... e aos poucos aprendia a dar graças por tudo o que tinha e agradecia demonstrando o meu amor... aos meus... às minhas...

Hoje sou eu...

Ainda rezo... Ainda agradeço...

Hoje ainda eu amo...

Sim...

Exactamente da mesma forma...

Hoje eu não corro...

Aliás acho que nunca corri na ânsia de encontrar algo na vida... Acho que ainda hoje só sei correr numa direcção... Acho que ainda hoje corro o mesmo caminho, aquele que me leva de encontro ao amor e me traz as pessoas a quem entrego a minha vida e os meus afectos...

Esta semana sonhei consigo... Esta semana senti umas saudades tremendas suas e dos seus abraços... Queria tanto poder esticar o braço até ao céu só para dizer que a amo... Queria muito abraçá-la hoje e agradecer-lhe tudo o que fez por mim e o que fez de mim.... Foi graças a si que hoje encontrei um pouco de mim...

Por tudo isso... Hoje vou fazer voar um beijinho muito grande até si e dizer lhe que espero que consiga encontrar a felicidade aí até ao dia em que eu possa chegar bem perto de si e dar-lhe um daqueles abraços apertados como você bem merece e dizer lhe que valeu bem a pena aprender a viver.

sábado, 6 de agosto de 2011

Sometimes you just have to walk away

Ocorreu-lhe um dia pensar que as suas ideias não eram mais as dos outros e que, alheada do seu mundo, ela continuava a analisar a vida como uma criança que na sua inocência desmancha um brinquedo apenas para perceber como funciona… Mas as pessoas há muito que não eram brinquedos e a sua capacidade de os desmanchar na ânsia de os entender já não era a mesma.
Não obstante a tudo isso ela ainda acreditava que havia um meio para o verdadeiro entendimento. Um entendimento que com toda a certeza traria um propósito à sua vida. A fiel devoção aos valores e regras eticamente morais, a sua rigidez na aceitação de novas formas de estar havia a encaminhado para a solidão e para a total carência de afectos e palavras… As pessoas já não eram as mesmas e ela agora apenas via sombras com as quais não se aproximava por receio da rejeição…
A verdade é que ela sabia e sentia que o caminho era aquele e que para poder ultrapassar as suas más escolhas deveria entrar no comboio em vez de caminhar ao lado da linha… O comboio seguia veloz e ela, ela por muito esforço que fizesse não o conseguia acompanhar…
Assim era o rumo da vida também… Provavelmente poucas pessoas demorariam muito tempo a pensar… Os pensamentos eram para ser tidos rapidamente, em constante movimento e sem parar. As pessoas apenas pensavam no quotidiano e o seu quotidiano já ocupava muito mais do que poderiam algum dia imaginar…
E ela… Ela ia ficando para trás… ficando para trás… fixando o seu pensamento nas pessoas, aprofundando-o nas suas motivações e delineando caminhos para chegar até elas… E entre segundos, ela sofria e sentia medo, medo de ser escrava do pensamento… Medo de nunca conseguir chegar à porta do comboio, medo do seu tempo, do seu tempo lento, demasiado lento para alcançar a vida.
Ela sentia… Sentia sim… o verdadeiro medo de nunca chegar à sua vida, nunca chegar a agarrá-la e vivê-la sem nunca a deixar fugir, sem nunca chegar à linha ténue da morte e sentir que nada daquilo foi seu… Que nada chegou a sentir e que nada chegou a viver… O medo de poder perder muitos finais de tarde, o medo de não chegar a viver um único com a intensidade que se deve, o medo de não ter nunca tido força para agarrar um amor e lhe dar carinho, afecto e respeito, o medo de viver despojada de palavras meigas e ternas e de com estas aquecer o coração de quem não pede, mas sente e muito…
O caminho do lado da linha era longo, muito, muito longo, demasiado longo até para quem teima em seguir plenamente concentrada para não perder paisagem, pedras, buracos e desvios.
A concentração a par da teima em seguir em frente era factor totalmente alheio à sua preocupação. Ela não conseguia perceber a subtil diferença entre reconhecer que o que está perto rapidamente alcançará o que está lá longe.
Ela simplesmente não conseguia perceber que do local onde ela estava se avistasse lá longe apenas conseguiria ver uma paisagem muito pouco recortada, parca em pormenores, se ela ao invés disso algum dia tivesse a ousadia de não se focar apenas no caminho e olhasse em seu redor facilmente perceberia que o verdadeiro sumo da vida encontra-se no agora e no presente não no que está lá atrás, nem no que está lá para a frente… Reconheceria assim, que o longe se faz perto mais depressa do que ela algum dia poderia imaginar.
Ainda assim, eu ia seguindo copiosamente o rasto do seu caminho na expectativa de perceber se no final ela conseguiria entrar, sentar e seguir viagem naquele tão afamado comboio ou se porventura iria dar azo ao meu mais íntimo e único desejo. O desejo de que ela se sentasse logo ali, no chão, a meio do caminho, a observar quão belo e diferente poderia ter sido o seu destino.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Posso ser flexível, passiva e até mesmo ter a mania de que a verdadeira sabedoria passa sempre pela linha ténue da humildade posso até saber que nem sempre estou certa, que no muito que penso delineio toda a minha inflexibilidade e subscrevo nova e assertivamente todas as minhas intransigências. Posso até nem ser quem queres que seja, quem queres que saiba e quem queres que pense. Posso ainda assim ser passível de rotulagem, passível da bofetada psicológica do manuseamento incorrecto, da gestão inadequada. Posso até ser de um tempo morto e de um tempo solto. Posso até não partilhar do teu gosto, do teu espaço, do teu ritmo, do teu desejo, do teu caminho. Posso hoje não ser o mesmo de ontem, o melhor de amanhã. Posso nunca vir a ser o teu ombro, o teu segredo, o teu encosto. Posso nunca te chegar a dizer o que sinto hoje, o que senti ontem o que sentirei sempre. Posso nunca ceder do meu orgulho, abdicar do meu afecto, pensar nas minhas palavras, sentir o meu gesto… Posso até não ser muito, posso até ser muito pouco quando não me sentes, não me ouves e não me queres… Posso ter um défice de inteligência, ter um handicap invulgar ou um estigma secreto podes nunca saber, posso nunca te contar. Posso hoje ser tua e amanhã de todos… Posso vir a ser quem almejo ou nunca chegar a sentir essa proximidade… Posso nunca ter equilíbrio e ainda assim alcançar a paz e a tranquilidade… Posso nunca te ter e nunca ter desejado perder-te. Posso ser o que sou e ainda o que virei a ser… Serei sempre o que fui o que quero, o que sinto… Posso até nem rir, posso sim chorar… chorar mais do que rir… Posso saber desabafar e nunca ter força para conseguir… Posso e quero sempre querer e um dia a vida não permitir… Posso ser o teu reflexo e posso ser o teu maior antagonismo… Posso ter cumplicidade e nunca vir a sentir o teu amor. Posso dar-te amor, posso dar-te mágoa, posso dar-te ódio e nunca ter a possibilidade de te dar nada… Posso ser-te tudo… Posso ser-te sempre…Posso ser-te nunca… Pode depender de mim, do destino, de nada, de ti, de todos, da vontade, pode depender de nós! Podes ser tu ou outro… Podemos ser nós ou nada… Podes querer ou não… Poder sentir e ser… Podes viver e amar… Poder fazer, podes parar, podes querer desabafar, podes nunca conseguir, podes nem sempre alcançar… Podes desistir e voltar podes decidir acabar… Podes ser ele, ela, com eles, elas, sem eles, sem elas, contigo e sem ti… Podes ser tudo lutando, podes conseguir desejando, podes tentar falar, cantar, sorrir, chorar, sentir, amar, ouvir, e orar. Podes fazer tudo ou nada podes ser quem és ou quem não és… Podes ter ética ou moral, podes ter apenas um dos dois, podes até nem ter nenhum, podes ter medo e podes senti-lo, podes vencê-lo se quiseres… Podes ser hoje, amanhã e sempre. Podes ser apenas hoje e sempre que poderes… Podes ser tu ou eu podemos ser nós ou podes deixar-te simplesmente condicionar, podes-te deixar encaminhar, pela vida, pelo destino, pelas pessoas, pela mágoa, pelo medo, pela dor, pela saudade… Podes tentar ser tu… Aqui serás sempre tu… com ou sem… mais ou menos… vivendo ou não… Depende de ti… Aceitar os rótulos ou não!




P.s. Foto publicada no site http://olhares.aeiou.pt da autoria de Vânia Viana


domingo, 24 de abril de 2011




Sentou-se na estação, uma estação sem comboios, sem pessoas, sem viagens…Ela sentou-se…Estaria à espera da viagem da sua vida ou apenas a tentar encontrar um local de conforto onde o silêncio exige-se nas alturas de meditação…Viajou pelo tempo e pelo espaço na procura do reencontro…Os locais de passagem sempre foram inspiradores e ela como exploradora nata adorava sentir que a qualquer momento poderia simplesmente partir…Sem descuidos, sem cautelas, sem demoras usufruindo apenas da sensação de liberdade…A viagem durou horas, a bússola do tempo encaminhou-a para momentos do passado, recordou com alegria o dia em que a mãe lhe ofereceu uns ténis de pano cor de laranja (porque é nas recordações que os pormenores mais se fazem sentir) e como que por memória fotográfica sorriu quando se lembrou do olhar de enternecimento com que a mãe se despediu dela nesse dia… Activista, desde cedo, a mulher de agora, viajou por uma daquelas aulas em que produziu cartazes, com os amiguinhos de escola, por uma das muitas causas em que piamente acreditava… Pensou na importância da convicção na vida adulta e chegou à conclusão que esta faz-se sentir mais em tenra idade… As crianças adoram os ideais e vivem-nos com convicção, embora estes estejam sempre aliados à inocência que tanto caracteriza o nosso lado mais infantil… É inútil tentar deter um sonho a uma criança… E essa criança aliava a inocência a todas as suas ideias, ainda que milimetricamente pequenas comparadas com as ideias de um adulto… Ainda assim, o seu crescimento esteve sempre assente em rígidos costumes… E viajando novamente lembrou o dia em que lhe ensinaram que nunca se deveria tratar ninguém por tu, que o Senhora deveria ser sempre substituído por Senhora Dona e que não se deve tratar ninguém por você, mas sim por Senhor(a). Desde cedo, teve a sorte de ser educada por uma tia que, com muita paciência, a ensinava a fazer contas de somar e subtrair e a ajudava a fazer as cópias mesmo quando ela demorava tardes inteiras para escrever um texto de 2 parágrafos… Efectivamente, ela mais tarde pode compreender que quem mais nos ama é também quem mais nos mostra com alguma rispidez que não vale desistir, que moles são os ovos e que a vida deve ser tratada por tu com a dureza que distingue as pessoas fortes de espírito. Não as pessoas que se deixam levar pela corrente, mas aquelas que utilizam todos os meios existentes para saber lutar contra ela.… Num desses dias de infância, ela, ainda sentada, relembrou as férias que passava em casa dos avós, quando brincava com os frascos de gotas que o avô tão gentilmente lhe concedia… E a colecção de canetas que tinha porque o avô, sempre que arrecadava uma esferográfica nova e diferente, lhe oferecia. Ela ali anestesiada pelo poder do tempo sorriu ao recordar essas férias e percebeu que o verdadeiro valor das coisas não está nelas em si próprias mas sim nas circunstâncias em que as recebemos e nas acções de quem no-las traz. No final desta viagem atribulada ela regressou… A noite tinha tomado conta do tempo e esta menina agora crescida encheu a alma de vida e de cor, esperou o comboio naquela estação, agora apinhada de gente, e regressou!






P.s. Foto publicada no site http://olhares.aeiou.pt/ da autoria de Jéssica Kovari

quinta-feira, 21 de abril de 2011





Hoje olhei novamente através daquela janela daquele grande edifício, aquele que nos ensinou que o tempo é curto e necessário finito e indispensável… Naquele tempo em que eu acreditei que ambos poderíamos lutar contra tudo, a doença, a morte, a indiferença, o desconhecimento, o inesperado e a dor…
Aquele grande e cinzento edifício não mais era um local de tristezas,mas sim de conforto… Naquela altura, ambos tivemos a certeza de que não poderíamos ser melhores do que estávamos a ser naquele momento porque a luta era intensa e dura, daquelas lutas em que sentimos que o nosso coração foi amarrado com mil cordas e que não sentimos espaço sequer para suster a respiração…
O tempo é parco, as vivências intensas e muito dolorosas... A vida ensinou-nos cedo que não vale a pena fugir e ter medo. Ainda assim, continuo a enfrentar com muita cobardia o medo que me percorre o corpo quando sinto que estou a perder alguém que marcou a minha vida de uma forma tão intensa e que me cicatrizou a alma com recordações indispensáveis à minha existência…
Curiosamente continuo a chorar sempre que penso no que vivemos naquele grande edifício cinzento, sempre que penso nas noites passadas no 8º e no 4º andar à espera de uma consolação.
Há pessoas fantásticas, daquelas que de alma têm tudo, que sabem estender a mão, oferecer uma palavra, agradecer uma existência e viver sem receio do que eventualmente poderão vir a perder…
Há pessoas que do pouco que dão, dão muito mais do que algum dia poderíamos pedir… Há pessoas que nos fazem chorar apenas com um simples pensamento… Há pessoas que nos fazem sorrir porque interiormente sabemos que sempre acreditaram em nós…
Há pessoas que sabem amar… Sim amar… Há pessoas que passam pela nossa vida e têm o dom de nos fazer acreditar que querer é poder, que podemos ser mais e melhores...Que do pouco que temos, temos muito, temos mais do que alguns algum dia terão...
Há pessoas que são incapazes de recusar um abraço, guardar uma mágoa ou praticar um acto de insensibilidade de uma forma consciente...
Há pessoas boas, daquelas que transmitem bondade em tudo o que fazem e dizem... Há pessoas que conseguem rapidamente tocar-nos o coração e conhecer-nos a alma com um simples olhar...
Há pessoas que nos desvendam os segredos como quem desenleia um novelo... Há pessoas que nos lêem os pensamentos pelo sorriso e pelas lágrimas...
Tu foste uma delas… Hoje recordei-me de ti e quero deixar-te aqui o meu obrigada por tudo, meu querido! O meu coração terá sempre um lugar para ti...
I wish nothing but the best for you.





P.s. Foto publicada no site http://olhares.aeiou.pt/ da autoria de R de Rien

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Diamonds on the inside



Estou cansada de fantoches, de monocordistas, formatos limitados e retoques mal programados...

Move a perna para aqui, estica o braço até lá, recita mais baixo, pensa mais devagar... Segue para aqui, permanece acolá...



Farta desta fantochada em que reinam as parilisias faciais permanentes... Seguem-me os movimentos, perseguem-me os pensamentos numa ânsia de rotular aquilo que de mais secreto eu escondo...



Como se algum dia fosse possível saberem quantos fios de cabelo tenho, quantas palavras não disse e quantos defeitos faço questão de demonstrar a cada expressão facial, a cada comentário banal... Julgavam que não era feita de carne e numa tentativa frustada de sabotar a minha mente sabotaram também o meu corpo...



E da alma, já nem se fala... Por mais que faça questão de a colocar à prova todos os dias, esta na maior parte das vezes está de quarentena com receio de sofrer uma atípica invasão de propriedade... Numa contradição inexplicável o meu corpo foge da minha alma todos os dias com receio que esta fique obstruida pelo trânsito... Limitações, nada esporádicas, do nosso dia a dia por assim dizer... Só eu sei o quanto a mesma limitação é ampliável... Só eu sei que os refúgios são defesas às inseguranças que o corpo transmite aquele que é o maior segredo de cada corpo... O inviolável segredo dos corpos que, de quando em quando, se conhecem e se interligam nesse joie de vivre qui est l'amour.



Costumava eu dizer que a minha alma era mil vezes maior do que o meu corpo e que se estivesse a mil metros do chão a minha alma estaria certamente mil metros acima do céu... A convicção nem sempre nos faz ver com clareza os caminhos reais que traçamos, os objectivos que alcançamos e as frustrações que nem sempre ultrapassamos, as fragilidades outrora vistas como algo a temer acordam-me os sentidos para as reflexões ideológicas da minha alma.



A certa altura percebi que ao me despojar de tantas vivências abandonei a minha alma num qualquer esconderijo querendo acreditar que a ausência de mim permitiria, também, a ausência dos meus sentidos...



Acreditei que esta não me pediria nunca contas dos meus actos irreflectidos, dos meus pensamentos ingratos, da inconveniência natural à minha natureza, mas a verdade é que o sentimento de alienação encaminhou-me para uma fragilidade tal que me levou a crer que não há cura sem remédio e acalentou-me a alma saber que ser exigente comigo não invalida necessariamente ficar sempre aquém, mas sim além do que EU sou para os outros e não aquém das constatações dos outros em relação a mim... Ser exigente traz frustações, muitas frustações a nós, aos outros, às nossas relações com os outros e principalmente à insegurança que se sente a toda a hora...



Embora tente não consigo imaginar-me sendo de outra maneira, que não esta, que não desta forma, que mesmo não sendo exemplo para ninguém não me deixo tão somente reflectir num espelho semelhante a tantos outros...



Dói-me a alma só de pensar que, apesar de não estar só, sou mesmo só mais uma igual a tantos outros... Sem sal, sem cor e sem sabor... Sem ideias fugazes ou exigências utópicas, sem sonhos, sem dramatismos e sem comparações irracionais... É como comer uma maça sem caroço... Não conseguir distinguir a essência de cada alma é uma perfeita renúncia à nossa própria existência... To be or not to be... That's the question for today, tomorow, always! Enquanto viver deixem-me simplesmente ser eu!









P.s. Foto publicada no site http://olhares.aeiou.pt/ da autoria de R de Rien

domingo, 17 de abril de 2011


Deixa a luz acesa para mim porque eu sinto-me só na emergência do meu ser. Não obstante ainda acredito que estou a um passo de me reinventar na formação do meu eu interior. Sei que ainda está a anos luz do que eu gostaria de ser, mas há algo em mim que me fascina…


Há algo de generoso nas pessoas e nos afectos no verdadeiro sentido da humanidade. Se tudo me fosse permitido, hoje sem dúvida seria o dia ideal para criar uma linha directa até ti e através dela poder partilhar contigo o que mais me deleita no meu crescimento interior.



De facto, tu tinhas razão quando suprimiste as artificialidades do meu ser e me permitiste perceber que o que me eleva não é mais do que a obstinação que sinto todos os dias em pertencer a essa magnifica classe de pessoas que ainda hoje acredita que o segredo da vida reside nos afectos e não no bom ou mau funcionamento das relações…


Ainda poucos descobriram que passam 90% do tempo a impingir aos outros o que gostariam de ter, o que sempre idealizaram, as representações ideológicas de pessoas utópicas que não existem simplesmente porque a ser assim não seriam únicas e especiais… Estariam a contrariar na totalidade o principio da espontaneidade.


E se tu e eu fizéssemos um exercício…Trocaríamos um beijo e um abraço por cada desejo que tivéssemos… Por cada pedido que no passado fizemos a várias pessoas para que fossem de uma ou outra maneira apenas porque assim queríamos que acontecesse como se nós fossemos os verdadeiros mandantes da razão.


Confesso que tenho trocado poucos beijos em contraposição a todos os meus pedidos… Estou em falha até contigo. Será egoísmo ou simplesmente a natureza humana a elevar-se no seu máximo esplendor? A imperfeição não me desagrada na totalidade, faz me sentir viva!


Segredos trocados… quero hoje exprimir te o quão ingrata fui ao longo de todos estes anos e pedir-te desculpa pela minha falta de rectidão e pela minha mania inflexível de analisar constantemente os outros numa ânsia de encontrar algo que em nada se relaciona com eles…


Desculpa-me por não ter sabido amar tantas pessoas ao longo de todos estes anos e mais do que isso por não saber respeitar a diferença, por estar sempre a incutir nos outros aquilo que nem eu própria sei ser para mim…


A verdade é que sem ti não poderia descobrir que ainda é possível apostar na minha redenção, viver a vida com o coração!


Sim… É disso que se trata, descalçar os sapatos que nunca consegui calçar porque simplesmente não me serviam e viver com o coração. Rir e chorar sem a menor contenção e o menor esforço… Partilhar abraços como quem partilha o bom dia matinal e partilhar beijos sempre que algo que, por estar longe do meu alcance, me fosse solicitado.


Achas que é possível ser feliz? Achas que assim é possível que sejamos ambos felizes? Gostava de te poder ligar novamente, achas que a linha directa para o céu está disponível para mim?




P.s. Manda um beijinho grande e um abraço apertado à minha avó, sei que ela está bem e a torcer por mim!




Foto publicada no site http://olhares.aeiou.pt/ da autoria de Figalgo Pedrosa


domingo, 27 de março de 2011


Quem te disse que hoje sou eu que estou perdida? Quem te disse que eu hoje preciso de um mapa para redescobrir um caminho que sempre foi meu… Quem te disse que já não mais sou quem sou e que sempre fui? Como te atreves a encapsular a minha essência numa caixinha de segredos?

Há segredos inquebráveis tal como aquele que dita que eu sou a essência que te rodeia e que te redime de todos os teus males, o refúgio das tuas incertezas e o segredo inviolável de que o que nos une é muito maior do que o que nos separa…

Como ousas questionar toda uma existência em função dos teus temores quando estes só te guiam para caminhos que tu não queres seguir, para verdades que não queres conhecer e para existências que só pensas em suprimir?

Tentei afogar as mágoas que fazes questão de relembrar, mas cheguei à conclusão que essas mesmas mágoas têm de ser sentidas e vividas para que o tempo dê lugar ao recomeço de uma nova existência, diferente, mais evoluída.

Jurei aquecer o teu coração sempre que sentisse que já não dependia de ti e muito menos de mim, a tua felicidade. Prometi proteger-te contra atitudes insensatas, mas a inconveniência do meu ser não conseguiu poupar-te às palavras ingratas, às observações irreflectidas e aos julgamentos de valor.

A minha imperfeição ditou o teu afastamento e as minhas promessas foram apenas o mote…

Sigo-te o rasto em pensamentos, delineio as tuas carências em vontades, numa vontade incessante de te dizer o que há muito deveria ser dito, de te mostrar que nem sempre somos reflexos de equilíbrio mas sim amostras de imperfeição e que contudo essa mesma imperfeição não me faz amar-te menos e não me faz ter vontade de me descuidar de ti e de tudo o que te faça sentir fraco.

A verdade é que, nesta junção de pensamentos dispersos, a única razão que me leva a ti é a mesma razão que me faz ter medo de te voltar a sentir sem pudores e sem receios…

És mais do que um só ser que despertou a minha atenção. A ausência de ti torna o ar irrespirável. O nosso metro quadrado nada mais é agora do que um tremendo labirinto que me amedronta…

Tenho medo de não mais poder dizer te que a tua simples existência me complementa e transcende a minha zona de conforto, aquela que eu adoraria que fosse minha e tua.


No dia em que te perdi, sonhei com os nossos lugares, com as nossas músicas e com a intranquilidade do meu ser na tua presença.


Acredita que daria a vida por um segundo de um desses momentos e pelo sentimento que por mim passou… O da invencibilidade!

Naquele momento podia morrer ali contigo que nada me teria feito mais feliz…


A minha alma é também tua. Parte de mim está sempre contigo, ainda que não me ames ou que não me queiras, guarda-a bem no teu coração, com o respeito que sempre te guardei.

Sonho que esse sentimento permita um dia o nosso verdadeiro reencontro e nessa altura poderei exprimir livremente, se assim o permitires, o quanto a minha essência quer sair dessa caixinha de segredos que tu tão bem guardaste com medo de um dia perder!



Foto publicada no site http://olhares.aeiou.pt/ da autoria de A-Z Network