Se te perguntar hoje qual a maior preocupação da tua vida que me responderias? Estou em crer que será a concretização de determinados objectivos em prol da felicidade, mas se tirássemos uns momentos apenas para divagar sobre conteúdos que me responderias?
Falemos de nós! Falemos de todos!
Sinto-me tentada a afirmar que em conversas paralelas, com discussões, sempre ou quase sempre acérrimas mais demarcadas pelo calor da conversa do que pelo que é verdadeiramente importante, não é de conteúdos que se fala, fala-se de pessoas, de razões, da típica tentativa frustrada do vejamos quem fica por cima e fala-se pouco, mas muito pouco com conteúdo…
Temo ter ficado para trás no tempo, como que perdida numa qualquer página de um livro de Kant, uma daquelas em que o que se determina não é o tempo nem as pessoas, mas sim atitudes, vivências, posturas de vida face a comportamentos que deveriam ser morais, ainda que muito alicerçados em utopias…
É isso mesmo!
Sem dúvida que me perdi no tempo e pelo tempo e nem dei passar pelas pessoas, fiquei na página 1 do livro 1º da vida a tentar dissuadir más ideias, más virtudes, numa definição utópica de vida, num daqueles impasses em que estou a um minuto de tomar uma atitude, só que com a diferença de que a preocupação não é contudo inerente a uma decisão, mas sim a uma infinidade de muitas outras que se seguirão a esta…
Sim… Estou a pensar em cada uma como se de um filho se tratasse… A educação é um dos primeiros passos para uma construção sólida, mais importante do que isso, credível…
Será que com isto me compreendes? A confiança com que acredito que me compreendes é a mesma com que me sinto motivada a tentar.
Quero debruçar-me sobre os assuntos que fazem parte integrante da minha vida, mais do que isso esmiuçá-los até ao último grão… Vivê-los, senti-los e praticá-los, afincadamente, como se eu própria pudesse ser a única interveniente da minha própria viagem, conduzindo e sendo conduzida ao mesmo tempo
Ah sim! Quero! Quero muito!
Ter prazer na condução… É disso mesmo que se trata!
Sempre que penso nisto comparo esta busca incessante à simples condução, se se vai atrás, o mais certo, é não se saber, e muitas vezes nem se reparar, se há perigo à frente ou não, se está céu limpo ou nublado, se as condições são adversas, ou não, se há tempo, ou não, para reagir a um pequeno solavanco ou à perigosíssima possibilidade de um despiste, não se medem nem riscos nem consequências...Quem segue atrás não sente, dificilmente vê, raramente reage e não pondera, por assim dizer, qual o seu grau de interveniência face a uma destas circunstâncias.
E a vida não espera!
(Nem faço questão de a fazer esperar!)
É ela mesma uma viagem cujo participante tem sempre a oportunidade de decidir se toma as rédeas ou se apenas se limita a usufruir da mesma…
Sabes tão bem como eu que em tempos de crise meio mundo conduz enquanto outro meio mundo se deixa conduzir.
Am I right?
Perpetuemos os dois, numa jura bem silenciosa, a intenção e o desejo de continuar a lutar e a tomar as rédeas do nosso próprio barco em direcção a um caminho mais sentido, mais ponderado e por consequência muito mais comedido.
As long as I live let it be… Let me be!
P.s. Foto publicada no site www.olhares.aeiou.com da autoria de Jorge Alfar